segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Açúcar, riqueza, tirania e sofrimento

Amostra do trabalho em um engenho de açúcar no Brasil colonial
Fonte: blog.educacional.com.br

Os engenhos de açúcar

Enquanto o Brasil era colônia de Portugal, os engenhos de cana de açúcar foram um dos pilares da economia. Estavam principalmente na faixa litorânea das capitanias do Nordeste. Foram eles que produziram a riqueza, a glória e o orgulho da Coroa portuguesa, mas também a tristeza, o sofrimento e  muitas vezes ceifou a própria vida de milhares de escravos submetidos a duras e desumanas condições de trabalho.
Fazia parte do engenho  as terras para o plantio da cana, a casa-grande para a moradia do senhor e sua família, a senzala, onde se concentravam amontoados os escravos, uma capela e a casa de engenho, onde se desenvolvia o trabalho. Havia ainda as terras ocupadas pelos canaviais, pela agricultura de subsistência e pelas pastagens para o gado. O proprietário de um grande engenho podia , muitas vezes arrendar parcelas de sua propriedade a empreendedores menores, os lavradores, que pagavam aluguel pela utilização da terra. A vida nas capitanias giravam em torno  dessas unidades de produção. Engenhos de porte médio contavam com 50 a 80 escravos;  nos grandes podia haver mais de 200 escravos. Da população do engenho também faziam parte alguns trabalhadores livres como o  temível feitor  e os "agregados"  homens livres e pobres que viviam para servir o dono do engenho. Havia, também, os encarregados das atividades mais qualificadas como o mestre-de-açúcar, responsável pela qualidade  final do produto, o purgador, encarregado da purificação do açúcar, e o caixeiro, que separava, pesava e encaixotava o produto, todos recebendo pagamento pelo  trabalho prestado.
Dos diferentes tipos de engenhos  que existiram no Brasil colonial, dois se destacavam: o engenho real, movido a energia hidráulica, o mais produtivo deles, e o trapiche, movido a tração animal, de menor produtividade.
A  fábrica de açúcar compreendia as máquinas e as instalações, como:

  • A casa da moenda - abrigava a máquina de moer cana, que funcionava com força hidráulica, no caso dos grandes engenhos; nos demais com juntas de bois. A cana era esmagada, para dela se extrair o caldo, a garapa.  Esse era colocado em tachos de ferro ou de barro e levado por uma calha, até a casa das caldeiras.

  • Casa das Caldeiras - O caldo da cana era fervido para ser depurado e transformado num melado. Esse melado era disposto em moldes cónicos de argila cujo fundo encontrava-se parcialmente vedado por uma folha de bananeira, por cujas frestas escorriam suas impurezas.

  • Casa das formalhas _ Destina-se a fornecer o fogo necessário para as caldeiras onde o caldo da cana era cozido, esfriado e condensado, a partir do qual se obtinham o melado e a rapadura.

  • Casa de purgar - o produto, já sólido, era posto para secar, eram os chamados " pães de açúcar". Esses "pães" eram quebrados em torrões, pesados, encaixotados e enviados à Europa.
Um engenho produzia anualmente entre 45 e 150 mil quilos de açúcar. É interessante notar que a agricultura canavieira tinha um caráter extensivo: o crescimento dependia de cada vez mais da posse de terras.
Na época da colheita, os engenhos funcionavam ininterruptamente de 18 a 20 horas por dia. O trabalho era febril, rígido e disciplinado, e o cansaço tão grande que muitos homens chegavam a adormecer durante as longas e terriveis horas de trabalho. As taxas  de acidentes eram altas, chegando a provocar a morte de muitos africanos.   
Até a metade do século XVII, a colônia portuguesa liderou a produção açucareira mundial. A partir de então, problemas internos - como secas e a destruição de engenhos nordestinos durante a Insurreição Pernambucana - e, mais tarde, externos - como a forte concorrência dos produtos holandeses da região das Antilhas - provocaram a lenta decadência da economia baseada no açúcar. No fim do século XVII, outros produtos, como o tabaco e o couro, passam a ser exportados. Mais ou menos, nesse tempo, os bandeirantes Paulista encontram ouro em Minas Gerais.    

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Extrutura sócio-econômica do Brasil colonial

Foto de parte de um engenho de açúcar.
Fonte: infoescola.com

Os sofisticados mecanismos da máquina de moer cana eram movidos pelos bois atrelados á grande alavanca. Em geral havia um machado por perto. Se o escravo ficasse preso na engrenagem, o machado lhe amputaria o braço.


A economia do Brasil colônia foi sempre voltada para o benefício de Portugal. Inserida no contexto do mercantilismo europeu, foi caracterizada pelo pacto colonial, segundo o qual os brasileiros só podiam comercializar produtos com os portugueses, de modo que esses últimos  compravam barato, vendiam caro e ainda tinham exclusividade na exportação das mercadorias do Brasil a outras nações. A grande maioria dos lucros ia para a metrópole, especialmente para os cofres da Coroa portuguesa, que cobrava altos impostos sobre a exploração dos produtos coloniais. As principais atividades econômicas realizadas no período  em nosso território foram a extração do pau-brasil, a produção de açúcar, a mineração e a pecuária.

PAU_BRASIL: A mão de obra indígena

A primeira riqueza percebida por Portugal foi o pau-brasil( ibirapitanga, em tupi), madeira então abundante em nosso litoral, usada como matéria-prima para a fabricação de tinturas.
O pau-brasil, árvore que crescia por quase todo o litoral, media cerca de 20 a 30 metros, de seu tronco vermelho os índios extraiam tinta para colorir as penas branca com que se enfeitavam.

Existente também na Ásia, o pau-brasil já era conhecido na Idade Média pelos europeus, que utilizavam seu corante para tingir tecidos. Entretanto, com a conquista de Constantinopla pelos otomanos, em 1453, e o bloqueio do comércio pelo Mediterrâno, o preço da madeira subiu muito. Por isso a descoberta de pau-brasil na América foi uma boa para Portugal. Sua exploração se tornaria a principal atividade econômica dos portugueses na região de 1500 a 1530,conhecido como perído Pré-colonial.

A Economia Açucareira: trabalho escravo  1550-1650

Os primerios povoadores vieram ao Brasil atraídos peloa possibilidade de encontrar metais e pedras preciosas e, assim, enriquecer rapidamente. Não tiveram sorte. Mas havia uma alternativa: a cana-de-açúcar.
Desconhecido na Europa até o começo do século XII, o açúcar chegou ao continente ainda durante a Idade Média por intermédio de mercadores árabes e cruzados. Além de ser utilizado como adoçante, era empregado para conservar alimentos - no caso das frutas cristalizadas- e no fabrico de remédios.
Produzido em pequena escala, era considerado especiaria de luxo: apenas nobres e reis tinham condições de comprá-lo. Seu valor era tão alto, que pessoas indicavam em testamento quem deveria herdar, após sua morte, o açúcar que lhes pertencera em vida. Portanto, a Europa era um promissor mercado consumidor, o que significava aos portugueses, grandes lucros. Além disso, Portugal já possuía experiência na produção de cana nos Açores e na  Ilha da Madeira. Entretanto, faltava aos portugueses capital inicial e uma eficiente infra-estrutura de distribuição. Essa questão foi resolvida com uma parceria com os holandeses, que já fretavam o açúcar produzido por Portugal nas ilhas do Atlântico.
O sistema instalado foi o de plantation, cujas características eram:

  • Grandes propriedades (latifúndios) monoculturas (dedicadas a apenas um produto) - os engenhos.

  • Mão-de-obra escrava (primeiramente indígena; depois africana).

  • Produção voltada para o mercado externo.

  • Regiões: litoral do Nordeste, Bahia e Pernambuco.
Os latifúndios monocultores e a escravidão permitiam uma produção vasta a baixos custos - o que levava a altos lucros. O destino era unicamente a exportação, uma vez que Portugal não tinha o menor interesse em desenvolver a economia interna brasileira. Os lucros que permaneciam no Brasil eram poucos e ficavam nas mãos dos senhores de engenho - os donos dos latifúndio-, resultando em grande concentração de renda.
Segundo Jorge Caldeira no livro A nação mercantilista, o negócio do açúcar se transformou em um mercado global: o financiamento vinha da Holanda; a produção se fazia no nordeste da colônia; o refino, também na Holanda; os consumidores eram da Europa; a mão-de-obra vinha da África; parte dos insumos, na Europa: outra parte, em vários pontos da América do Sul. 
Até meados do século XVII, a colônia portuguesa liderou a produção açucareira mundial. A partir de então, problemas internos - como secas e a destruição de engenhos nordestinos durante a Insurreição Pernambucana -e, mais tarde, externos - como a forte concorrência dos produtores holandeses da região das Antilhas - provocaram a lenta decadência da economia do açúcar na colônia portuguesa da América.
A produção de açúcar foi a principal atividade econômica do Brasil colonial durante os séculos XVI e XVII, sendo ultrapassada no século XVIII pela mineração. 



obs: O engenho era unidade de produção onde se loca
lizavam os canaviais, as plantações de subsistência, a fábrica do açúcar - com sua moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar -, a casa-grande, a senzala, a capela, a escola e as habitações dos trabalhadores livres - como o feitor, o mestre do açúcar, os lavradores contratados, etc. 







sábado, 7 de agosto de 2010

A Origem do tráfico negreiro na África

Fonte imagem: gl.wikipedia.org


O Tráfico negreiro antes da chegada dos portugueses na África

A escravidão era conhecida na África negra  (região subsariana = sul do  deserto do Saará) desde tempos remotos, mas tratava-se de escravidão doméstica, para serviços caseiros e em pequena escala. Somente com a chegada dos árabes é que se introduziu a procura maciça de escravos negros, sendo os sudaneses os preferidos.
Assim, o norte da África foi invadido por árabes beduínos, onde converteram a maioria dos berberes (povos de pele clara) ao islamismo. O domínio árabe intensificou as ligações comerciais entre o norte e o Sudão (África negra).
 Percorrendo o deserto de norte a sul, as caravanas de camelos traçaram uma rede de contatos comerciais constituídas pelas rotas denominadas "transaarianas". O sal, o ouro e os escravos eram os principais  artigos desse comércio.
O sal, um produto de primeira necessidade no Sudão, era extraído nas salinas do Saará. Os mercadores do norte trocavam o sal no Sudão Ocidental por cereais, ouro e escravos. Estes destinavam-se ao trabalho nas salinas, de onde tinham poucas chances de retornar.
O ouro era retirado nas regiões do Alto Senegal e levados por  mercadores árabes ao norte da África, como Ceuta, Tânger e Tunísia, Marrocos pontos terminais das rotas transarianas, frequentadas por judeus e genoveses entre outros.

Os mercadores muçulmanos já em 642 passam a se interessar pelos recursos humanos da África negra A primeira expedição dirigiu-se a Núbia, onde um rei local aceitou pagar um tributo anual de 360 escravos de ambos os sexos.
Durante muito tempo, as expedições transaarianas teriam um impacto muito limitado. Porém a partir do século XVI que  o tráfico se organiza e passa a alcançar proporções cada vez maiores.
O tráfico negreiro organizou-se de maneira pacífica. Donos da costa sul do Mediterrâneo e da península Arábica, os muçulmanos comandavam as rotas comerciais africanas.
Esse comércio dava muitos lucros, pois a moeda utilizada era pequenas conchas coloridas, chamadas cauris, com as quais os árabes, e depois os europeus, enchiam seus porões no oceano Índico. Eles também gostavam de manufaturas como tecidos, pedaços de cobre , ferro e vidro.

No final da Idade Média, os soberanos africanos passam a comprar armas e cavalos. Artigos considerados de luxo: um cavalo valia de 15 a 20 escravos. Bem equipados eles devastavam os vilarejos capturando mais pessoas e vendendo-as como escravos.
Até os século XVI, o tráfico negreiro estava nas mãos dos muçulmanos, e mercadores árabes ou persas, vendiam escravos negros, famosos pela força e pelo vigor, nas costas do Mediterrâneo, assim como em todo o oceano Índico e até na China (Cantão)
Logo os chineses se interessaram pelo tráfico, lançando várias expedições marítimas nessa direção. Porém, o monopólio muçulmano só viu-se ameaçado quando os portugueses começaram a navegar as costas da África, no final da Idade Média, aumentando ainda mais a desgraça e o sofrimento desse povo. 

Texto extraido do livro História do Brasil no contexto da história ocidental de Luíz Koshiba,ed. Atual e da revista História viva, ano VII, nº 80.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Brasil Período Colonial

A  Colonização da América Portuguesa


Segundo alguns historiadores, o rei português dom Manuel, o venturoso, quando envia  a expedição para as Índias comandada por Pedro Álvares Cabral, já tinha a intenção de que o mesmo desviasse  do caminho e alcançasse terras a oeste do Atlântico Sul. Pois
Fonte: Drummerman.sites.vol.com.br

 acreditava-se que Vasco da Gama, entre os anos de 1497 e 1498, em sua viagem para as Índias teria visto aves que seguiam em direção ao sudoeste do Atlântico Sul. 
Assim, intencional ou não, o fato é que no dia 22 de Abril de 1500 Cabral  e seus homens avistaram pela primeira vez as terras que, antes de ficarem conhecidas pelo nome de Brasil, eram chamadas de Pindorama  - Terra das Palmeiras - pela população nativa.
O período compreendido entre 1500 e 1530, é denominado pela historiografia tradicional, como "pré-colonial" ou de colonização de feitorias. Na verdade, Portugal estava voltado ao comércio oriental (das Índias e litoral africano) de onde estraiam enormes lucros, e que tornara Lisboa o centro de um grande império mercantil. A Nova Terra lhe daria como retorno imediato apenas madeira tintorial, papagaios e pimenta. Por essas razões, de 1500 e 1530, Portugal limitou-se a enviar à colônia americana algumas expedições marítimas destinadas principalmente ao reconhecimento da terra e à preservação de sua posse.

Pau-Brasil e o trabalho dos indígenas

As primeiras atividades econômicas concentraram-se na extração de pau-brasil dentro do regime de estanco (monopólio régio). Isso significava que ninguém poderia retirá-lo das matas brasileiras sem prévia permissão de Portugal e pagamento do tributo correspondente. Ainda assim, ingleses, espanhóis e principalmente franceses extraíam clandestinamente a madeira do litoral brasileiro.
A primeira concessão da Coroa para a extração do pau-brasil foi dada a Fernão de Noronha, em 1502. Seus navios foram os primeiros a chegar à ilha que mais tarde recebeu seu nome.
Os comerciantes de pau-brasil eram chamados de brasileiros _ termo que, com o tempo, perdeu o sentido original e passou a ser utilizado, amplamente, para designar os colonos nascidos no Brasil.
A extração de pau-brasil dependia do trabalho dos índios por meio do escanbo  (troca sem uso de dinheiro). Os indígenas forneciam a mão-de-obra para corte e transporte da madeira e, em troca, recebiam dos portugueses objetos de pouco valor.

Os Franceses também querem o pau-brasil

A notícia da existência do pau-brasil se espalhou na Europa. Os franceses, que dependiam da importação oriental, passaram a frequentar assiduamente o lioral brasileiro.
Aliando-se aos Tupinambá, os franceses tornaram-se concorrentes dos portugueses. Estes, por sua vez, estavam aliados aos Tupiniquim, antigos inimigos dos Tupinambá.
Com o agravamento da situação, Portugal enviou uma expedição guarda-costeira, comandada por Cristóvão Jacques.

È necessário colonizar  

De acordo com o Tratado de Tordesilhas, Portugal e Espanha eram os únicos donos das terras da América. Entretanto, franceses, holandeses, e ingleses disputavam a posse de territórios americanos. Essa disputa intensificou-se a partir da notícia de que os espanhóis haviam descoberto minas de ouro e prata em áreas  que hoje correspondem ao México e ao Peru.
Os portugueses receavam perderem as "terras brasileiras", pois as expedições que enviava não conseguiam deter a atuação dos estrangeiros. Para acabar com o contrabando e evitar as invasões, garantindo a posse das terras, a Coroa decidiu coloniza a Nova Terra. Por outro lado, o comércio de Portugal com o oriente entrou em declínio, devido aos elevados custos com transporte e manutenção de entrepostos, além da concorrência de franceses, ingleses e espanhóis, que exploravam a mesma rota comercial. 

Capitanias hereditárias e governo-geral

Com o objetivo de tomar posse, explorar e defemder a Nova Terra, Portugal deu início, no século XVI, à montagem da estrutura administrativa colonial. Primeiramente, dividiu-a em capitanias hereditárias; mais tarde, aprimorou o sistema, criando o Governo-Geral.

Capitanias Hereditárias

Fonte: Mapa Capitanias Hereditárias de professorasueli-historia.blogspot.com


Dom João III (1521-1557) decide impulsionar a colonização da Nova Terra, lançando mão do expediente que os reis de Potugal tradicionalmente usavam para atingir seus objetivos de povoamento: a distribuição de terras. Em 1534 as terras de Vera Cruz são divididas  em 15 faixas - as capitanias hereditárias. O direito de administrá-las, vitálicio e hereditário, era concedido aos donatários, nobres ou burgueses que se comprometiam a arcar com os gastos internos, repassando grande parte dos rendimentos à coroa potuguesa. 
A regulamentação do sistema era feita por meio de dois documentos: a Carta de Doação e o Foral. Eles estabeleciam os direitos e deveres dos donatários e da coroa. O donatário devia aplicar a justiça e podia doar sesmarias (fazendas) e cobrar impostos relativos à agricultura e à exploração dos rios, por meio da chamada guerra justa, escravizar os indígenas, condiderados inimigos, obrigando-os a trabalhar na lavour; podia ainda, enviar até 30 índios escravizados por ano a Portugal e, receber a vigésima parte (5%) dos lucros sobre o comércio do pau-brasil. A Coroa tributava a exploração do pau-brasil, das especiarias e dos metais preciosos. Já as despesas necessárias à obra colonizadora ficavam por conta dos donatários.
Não deu certo
O sistema de capitanias, no entanto, não apresentou os resultados esperados, embora fornecesse produtos como açúcar, algodão e tabaco e matérias extrativas em geral, a colônia contribuía com menos de 3% de todas as rendas da Coroa O fracasso se deveu principalmente  por causa do isolamento, dos ataques dos ìndios, da falta de investimentos e, ainda os navios franceses continuavam assediando o litoral. Das 15, somente duas prosperaram - Pernambuco e São Vicente.

Governo_Geral

Com o fracasso das capitanias e as investidas estrangeiras na colônia, Portugal resolveu impor-se mais fortemente na Nova Terra. Em 1548, surgia o Governo-Geral, com sede na capitania da Bahia e capital na cidade de Salvador.
Ao governador-geral cabia coordenar a defesa, a cobrança de impostos e incentivar a economia. Ele era assessorado pelo provedor-mor(tesoureiro), pelo ouvidor-mor(juíz) e pelo capitão-mor(a cargo da defesa)
Embora o Governo-Geral tenha sido implantado após as capitanias, ele não as substituíu. A ideia era impor uma centralização política na colônia, o que fucionou na esfera militar, mas não se refletiu no dia-a-dia, em razão da falta de infra-estrutura de transporte e comunicação. Boa parte do poder, de fato, era exercida pelas Câmaras Municipais de cada vila. Essas Câmaras Municipais foram até meados do século XVII, ocupadas e dominadas pelos grandes proprietários de terras e escravos, que se autodenominavam "homens bons". Assim, muitas vezes o Governo-Geral enfrentava a oposição de poderes e interesses locais dos homens-bons. 
Entre os principais governadores-gerais, estão Tomé de Souza e Mem de Sá. Após a morte desse último, em 1572, Portugal dividiu a colônia nos governos do Norte e do Sul. Seis anos depois voltou atrás e reunificou a colônia. Em 1621, porém, fez nova divisão: foram criados o Estado do Brasil, com capital em Salvador, e o Estado do Maranhão, com capital em São Luís. O último passaria, em 1751, a se chamar Estado do Grão-Pará e Maranhão, com sede em Belém. O período que vai de 1580 a 1640,chamado de União Ibérica, devido a problemas de sucessão dinática, Portugal passou a ser governado pela Espanha. Por consequência, o Brasil tornou-se parte do vasto reino espanhol.  
Para saber mais sobre a economia do Brasil colonial:http://historiamaneco.blogspot.com/