quinta-feira, 23 de julho de 2009

OS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA DO NORTE: da colonização a independência





A presença europeia na América é bem anterior ao século XV. OS Vikings chegaram ao Canadá quase cinco séculos antes de Colombo.

Os primeiros colonos ingleses chegaram a América do Norte em 1606 e se estabeleceram na Virgínia. A princípio donos do Oceano Atlântico, portugueses e espanhóis dividiram o Novo Mundo entre si. Os ingleses contestaram a validade de Tordesilhas e praticaram a pirataria oficial como corsários. Por muitos anos, o saque de riquezas dos galeões espanhóis foi mais tentador do que o esforço sistemático da colonização. A Inglaterra, entretanto, em meio a noticias de riquezas como o ouro e a prata encontrados no México e Peru, autoriza a exploração da América do Norte. Eram os Tudor ornando- se com o ouro americano.Para os Estados Unidos, no entanto, o evento fundador de sua nacionalidade é considerado o 1620, quando o navio Mayflower chegou em Massachusetts. Antes mesmo de desembargarem do navio os peregrinos, como ficaram conhecidos mais tarde, firmaram um pacto estabelecendo que seguiriam leis justas e iguais. Esse documento é chamado "Mayflower Compact".

Em 1621, os sobreviventes do rigoroso inverno, decidiram fazer uma festa de Ação de Graças (Thankgiving). O cardápio foi milho, peru e tortas de abóbora. Desde então, os norte-americanos repetem, no mês de Novembro, a festa de Ação de Graças, reiterando a ideia de que eles querem ter os "pais peregrinos" de Massachusetts como modelo de fundação.
Segundo o livro História dos Estados Unidos, das origens ao século XXI de Leandro Karnal "os "pais peregrinos" (pilgrim fathers) são considerados  como fundadores dos Estados Unidos. Não são os pais de toda a nação, são os pais da parte "WASP" (em inglês, white anglo-saxon protestant, ou seja, branco, anglo-saxão e protestante) dos EUA. Em geral, a historiografia costuma consagrá-los como os modelos de colonos. Construiu-se uma memória que identificava os peregrinos, o Mayflower e o Dia de Ação de Graças como as bases sobre as quais a nação tinha sido edificada. Como toda memória ela precisa obscurecer alguns pontos e destacar outros"

Quem foram os colonizadores dos EUA?

Ainda segundo Karnal a colonização foi entregue a grandes companhias como a de Londres e a de Plymourth, que ficaram responsáveis por recrutar, armar e, mais importante, financiar as viagens. È por isso que a colonização dos EUA foi feita pela iniciativa privada. Fato que se tornou um dos pilares da civilização norte-americana, do qual eles se orgulham tanto. Segundo o autor acima citado a ideia de que para a América do Norte dirigiu-se um grupo selecto de colonos altamente instruídos e com capitais abundantes é uma generalização incorreta.Para aqui vieram , diz Karnal, colonos sem terras na Inglaterra (devido aos cercamentos dos campos) aventureiros em busca de riquezas, mulheres para serem leiloadas no Novo Mundo, órfãos para serem vendidos como mão-de-obra e minoritariamente, um grupo que a História consagrou como "peregrinos" os "puritanos" (protestantes Calvinistas) e outros grupos protestantes como os Quakers, os Menonitas e também católicos.

Os ingleses foram os únicos a ocupar o território americano?
Além, é claro, dos índios que já estavam lá em número de vinte e cinco milhões, os ingleses não eram os únicos a ocupar o solo americano, no século XVII. Ou seja sua Terra Prometida já tinha dono. Os primeiros a chegar lá foram os espanhóis, no século XVI. Mais preocupados em explorar as ilhas do Caribe e o ouro e a prata do México, eles se aventuraram pela costa da atual Flórida, onde, criaram alguns entrepostos comerciais.No século XVII, porém, os espanhóis já não podiam mais sustentar seus interesses imperiais na América e se concentraram em administrar e explorar a Nova Espanha, ou México (região que ia, além do México actual, ao Texas e à Califórnia. Havia ainda uma larga fatia pertencente aos franceses, a chamada Louisiana, que ia do Mississípi à fronteira com o Canadá. Os holandeses também fundaram colônias como a que daria origem à cidade de Nova York.
A Inglaterra na época das migrações para à América

A Inglaterra só entrou efectivamente no processo colonial no reinado de Elizabeth I (1558-1603) quando a construção naval, o comércio marítimo e a atividade corsária ganharam estímulo. Houve, então, um choque entre Inglaterra e Espanha - potência da época - que culminou com a derrota da Invencível Armada espanhola, em 1588. Nesse período, tentou-se colonizar a América do Norte organizando-se três expedições sob o comando de Walter Raleigh, em 1584,1585 e 1587, que, entretanto, não alcançaram o sucesso esperado.
N século XVII, a atividade colonial inglesa edificou-se com a derrocada da Espanha e a criação de companhias de comércio, numa aliança entre o Estado e a burguesia para a exploração e ocupação das Antilhas e da América do Norte. O empreendimento colonial contou também com o excedente populacional proveniente do processo dos cercamentos na Inglaterra. A existência desse excedente, que não encontrava colocação na cadeia de produção nas cidades, ia ao encontro da necessidade de pessoas para colonizar o Novo Mundo, representando, consequentemente, uma solução para os problemas urbanos da metrópole.
Outro aspecto que activou a colonização inglesa foram as perseguições religiosas do século XVI , que estimularam a emigração de puritanos e quakers, em direção à América do Norte. As perseguições políticas do século XVII, quando a Inglaterra foi abalada pelos conflitos entre o Parlamento e os reis Stuarts, produziram uma grande emigração em direção ao continente americano, reforçada pela situação de miséria que se seguiu à política dos cercamentos dos campos ingleses.

A Construção dos Estados Unidos da América

No litoral atlântico da América do Norte foram fundadas treze colônias que apresentavam uma enorme diversidade entre si, mas que poderiam ser agrupadas em três conjuntos, conforme as condições económicas e de povoamento.

As Colônias do Norte

Massacchussets, New Hampschire, Rhode Island, Connecticut - Terras Setentrionais conhecidas como Nova Inglaterra - impulsionada pelos puritanos.As colônias do Norte da costa atlântica apresentam o clima temperado, semelhante ao europeu. Dificilmente essa área poderia oferecer algum produto de que a Inglaterra necessitasse.

Essas questões climática favoreceram o surgimento, único no universo colonial das Américas, de um núcleo colonial voltado à policultura, ao mercado interno e não totalmente condicionado aos interesses metropolitanos.
A agricultura das colônias setentrionais destacava o consumo interno, com produtos como o milho. O trabalho familiar, em pequenas propriedades, foi dominante.
Nas colônias da Nova Inglaterra surge uma próspera produção de navios. Desses estaleiros, favorecidos pela abundância de madeira do Novo Mundo, saem grandes quantidades de navios que seriam usados no chamado comércio triangular. Outras atividades económicas eram desenvolvidas como: a pesca, a venda de peles de animais , a criação de porco, ovelhas e carneiros, e a pesca da baleia.
O comércio triangular funcionava assim: os colonos compravam cana e melado nas Antilhas, que seriam transformados em rum. A bebida obtinha fáceis mercados na África, para onde era levado por navios da Nova Inglaterra e trocada por escravos. Esses escravos eram levados para serem vendidos nas fazendas das Antilhas ou nas colônias do sul do Novo Mundo. Após a venda, os navios voltavam para a Nova Inglaterra com mais melado e cana para a produção de rum. Era uma atividade muito lucrativa, pois os navios estavam sempre cheios de produtos para vender em outro lugar. O comércio triangular também poderia envolver a Europa, para onde os navios levavam açúcar das Antilhas, voltando com os porões repletos de produtos manufaturados.Segundo o historiador Leandro Karnal " o comércio triangular é muito diferente da maioria dos procedimentos comerciais do resto da América. Apesar de as leis estabelecerem limites, os comerciantes das colônias agiam com grande liberdade e seguiam mais a lei da oferta e da procura do que as leis do Parlamento de Londres. Na prática, estabeleceram um sistema de liberdade muito grande, desconhecido para mexicanos e brasileiros e intocados pela repressão inglesa até, pelo menos, 1764.

As Colônias do Centro

Nova York, Pensilvânia, Nova Jersey, Delaware. Últimas a serem fundadas. Sua vida económica estava mais ligada à agricultura, principalmente de cereais. Predominaram nelas as pequenas propriedades e, a exemplo do Norte, desenvolveram atividades manufatureiras.Destaca-se a Pensilvânia: colônia que abrigou os "Quarquers" perseguidos na Inglaterra. Acreditavam na igualdade entre os homens contrariando as formas de violência, inclusive, contra os índio.

As Colônias do Sul

Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.As colônias do Sul, por sua vez, abrigaram uma economia diferente. Seu solo e clima eram mais propício para uma colonização voltada aos interesses europeus.Os produtos que a economia sulina destacou desde cedo foram o tabaco e o algodão. A planta de tabaco implicou permanente expansão agrícola por ser exigente, esgotando rapidamente o solo e obrigando a novas áreas de cultivo. A falta de braços para o tabaco impôs o uso do escravo, o qual se desenvolveu lentamente, posto que a mão de- obra branca servil era muito forte no século XVII. Desenvolve-se assim, no sul, uma economia voltada ao mercado externo, a sociedade marcada por grandes desigualdades , uma sociedade aristocrática rigorosamente estratificada: senhores e escravos. As colônias do sul dependiam da Inglaterra, dela compravam os manufaturado. Por ter sua economia mais voltada ao mercado externo, as colônias resistirão mais à ideia de independência.


Liberdade no Novo Mundo

O final do século XVII e todo o século XVIII foram acompanhados de muitas guerras na Europa e na América. De muitas formas, essas guerras significaram o início do processo de independência das 13 colônias com relação à Inglaterra.
Internamente os colonos ingleses tinham como inimigos os índios. Os que não fugiram morreram pela guerra e, sobretudo, pelas doenças que os brancos espalhavam, muitas vezes de propósito.
A oeste e norte dos assentamentos ingleses, colonos franceses ocupavam regiões que, para populações dedicadas à caça e ao comércio de peles, eram de grande importância económica, como as terras banhadas pelos rios Ohio, Missouri e Mississípi. As hostilidades eram constantes.
A animosidade entre os colonos na América era alimentada, ainda, pela rivalidade entre Inglaterra e França na Europa, fato determinante nas relações internacionais do século XVIII. Em pleno processo de desenvolvimento capitalista, a burguesia inglesa via na França, onde a monarquia entrava em crise , um obstáculo a sua expansão  marítima e comercial. A rixa chegaria ao ponto máximo entre 1756 e 1763, durante a Guerra dos Sete Anos, na qual Inglaterra e França disputavam a posse de regiões da América do Norte, e teria impacto decisivo sobre a vida na América. Embora a Inglaterra tivesse vencido a França e lhe tomado vastas áreas coloniais, como o Canadá e a Índia, tornando-se a maior potência marítima e colonial da época, os custos da guerra e a necessidade de ampliar a administração nas colônias levaram-na a uma crise económica. Devido a crise,  passou a desenvolver uma política crescente de domínio político e económico sobre suas colônias do norte ( mercantilismo).
Ademais da Guerra dos Sete Anos, Inglaterra passa a ver nas colônias, principalmente as do Norte e do Centro, onde o comércio e a produção de manufaturas desenvolvem-se, fortes concorrentes comercial. Ao iniciar sua Revolução Industrial, a Inglaterra necessitava de novos mercados consumidor para seus produtos, e de  matérias-primas como o algodão. Assim, na segunda metade do século XVIII, as colônias da América são vistas como indispensáveis fontes para alimentar o processo industrial inglês.Para recuperar-se dos gastos com a guerra contra os franceses, os ingleses decidiram intensificar a exploraçâo colonial.
Com as mudanças, os colonos se deram conta de que seus interesses eram muito diferentes dos interesses da metrópole. Essa tomada de consciência recebeu influência direta das ideias iluminista de liberdade, de autonomia, levando os colonos à revolta.
Para saber mais:http://www.megaupload.com/?d=J25JSBXQ

As treze Colônias se rebelam
O primeiro passo na ampliação inglesa sobre suas colônias norte-americanas ocorreu em 1763, quando o rei Jorge III proibiu os colonos ingleses na América de ocupar as terras do interior do continente, localizadas a oeste das treze colônias, nos vales dos rios Ohio e Mississípi. Essa área, tomada da França ao final da Guerra dos Sete Anos, foi declarada propriedade da Coroa e tornou-se reserva indígena, contrariando as expectativas dos colonos, que esperavam poder-se expandir nessa direção.
Tanto os que exploravam as peles como os que plantavam fumo viam nessas ricas terras, que o decreto agora reconhecia como indígena, uma ótima oportunidade de ganho. Importante também porque representava uma mudança grande da Coroa inglesa em relação ás colônias da América: o início de uma política de interferência nos assuntos internos dos colonos. O ano de 1763 marcou uma mudança na história das relações entre a Inglaterra e sua colônias.
As Leis da Ruptura

Nova onda de leis Mercantilistas
Em meados do século XVIII, as autoridades inglesas aprovaram uma série de leis restritivas à autonomia colonial, entre as quais se destacam:
I. Lei do Açúcar ( Sugar Act ) 1764 Criava taxas adicionais sobre as importações de vários produtos, entre os quais o melaço. O maior entrave dessa lei era o rigor com que se cobravam os impostos alfandegários, o que dificultava o contrabando, prática comum entre os colonos, ou seja, todos os produtos provenientes de outro lugar que não fosse as Antilhas britânicas seria taxado. O objetivo era eliminar a concorrência das Antilhas francesas e bloquear o envio de matérias-primas para as destilarias de rum das colônias do Norte.
 II. Lei do Selo ( Stamp Act) 1765
Os colonos tinham de afixar estampilhas em todos os jornais, folhetos e em documentos legais. Como os selos eram ingleses, ao comprá-los, os colonos transferiam recursos para a Inglaterra. O objetivo era aumentar a receita real e reduzir a quantidade de mercadorias que podiam ser importadas pelas colônias.Diante disso os colonos reuniram-se no Congresso da Lei do Selo, em Nova York, e decidiram paralisar o comércio com a Inglaterra e não pagar "sem representação, não há tributação", lembrando uma tradição que remonta às ideias do filósofo inglês John Locke, que  nenhuma lei pode ser válida sem uma representação dos colonos na Câmara dos comuns , sentiam-se assim, desobrigados a aceitar qualquer tributação da metrópole, pois não tinham lá representantes.
 III. Atos Townshend 1767
Voltou a intensificar a tributação colonial, com imposto sobre vidros, papel, chá, etc. A reação colonial foi imediata, culminando em manifestações de protesto, como em Boston, principal porto colonial, onde as tropas inglesas dispararam contra uma multidão de manifestantes, no chamado Massacre de Boston.
 IV. Lei do Chá (Tea Act) 1773 , o chá amargo
Os colonos tinham o mesmo hábito britânico do chá. Tal como na Inglaterra, o preço da bebida vinha baixando, tornando-se cada vez mais popular. Com o monopólio do fornecimento de chá nas mãos da Companhia das Índias Orientais, que estava a beira da falência.Obrigatoriedade de envio do chá diretamente para a América, com a eliminação dos intermediários coloniais. O objetivo era recuperar a Companhia das Índias Orientais, que passava por dificuldades financeiras. Combater o contrabando do chá holandês, e excluindo os americanos do comércio do chá inglês. Os colonos reagiram organizando manifestações conta a metrópole. A mais importante delas se deu no porto de Boston e foi apelidada de Boston Tea Party,(Festa do Chá de Boston), ou seja, os colonos atiram um carregamento de chá ao mar e, para isso, os colonos estavam disfarçados de índios, portando plumas coloridas e pintados nos rostos e braços, atacando e ocupando três navios ingleses carregados de chá, atirando ao mar o carregamento de chá.A resposta da Inglaterra foram as Leis Intoleráveis ou Coercitivas ( 1774), que determinava o fechamento do porto de Boston, até que fossem pagos os prejuízos aos navios britânicos; a ocupação militar de Massachusetts (onde se localiza Boston), que perdeu parte de sua autonomia política e administrativa; a realização do julgamento de funcionários ingleses só em outra colônia ou na Inglaterra. Determinou-se também que as terras do centro-oeste ficariam sob o comando do governador inglês de Quebec, medida que visava barrar a expansão territorial dos colonos para noroeste, o que poderia prejudicar o comércio de peles realizado entre os colonos e os índios. Além disso, essa medida conteria a população colonial na faixa litorânea, o que facilitaria o controle político-fiscal. A Inglaterra demonstrava que não toleraria oposições às suas leis. No lugar da esperada submissão das colônias, a Inglaterra conseguiu com estas medidas apenas incentivar o processo de independência.
A Independência e a Construção do Novo País


Declaração de Guerra
Em 1774, os americanos estavam cheios dos ingleses e para se livrar deles foram tão, mas tão tipicamente americanos. Primeiro organizaram um boicote ( um bloqueio comercial) aos produtos da metrópole. Em seguida, formaram comités pró-independência que tinham duas funções: fazer propaganda antibritânica e juntar armas e munições. No ano seguinte, a guerra começou e, em 1776, os americanos declararam-se independentes. Para tanto escreveram um documento , em 4 de julho de 1776, a Declaração de Independência, redigida pelo jurista Thomas Jefferson, com a colaboração de outros políticos no Congresso Continental de Filadélfia.
"A Declaração da Independência teve grande significado político não só porque formalizou a independência das primeiras colônias na América, dando origem à primeira nação livre do continente, mas porque trazia em seu bojo o ideal de liberdade e de direito individual e o conceito de soberania popular, representando uma síntese da mentalidade democrática e liberal da época." Trecho da revista Aventuras Na História O Grande Império Americano.
A tensão entre as Treze Colônias e a metrópole evoluiu para uma guerra. Liderados pelo fazendeiro George Washington e apoiados por França e Espanha, os rebeldes finalmente derrotaram o exército inglês em 1781, na Batalha de Yorktown.
Derrotada, a Inglaterra teve de fazer concessões aos vitoriosos: cedeu à França alguns territórios nas Antilhas e na África e entregou a ilha de Minorca e a Flórida à Espanha.
Já em relação aos norte-americanos, o Tratado de Versalhes- assinado em Paris - reconheceu a independência dos EUA, cujo território a partir desse momento passou a se estender, para o oeste, até o Mississípi.

Um Novo País
A Constituição dos EUA foi promulgada em 1787, equilibrando a tendência republicana- defensora da autonomia política para os estados- com a federalista- que pregava um poder central forte. Foi adotada como forma de governo a República federativa presidencialista, com a separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, conforme a teoria da Montesquieu. Em 1789, George Washington foi eleito o primeiro presidente norte-americano.O processo de independência havia sido comandado por uma elite de comerciantes e senhores de terras e de escravos que procurava a todo custo preservar a estrutura existente. Não por acaso a escravidão foi mantida.
A independência dos EUA colaborou para o fim do Antigo Regime europeu, ao estimular movimentos semelhantes nas demais colônias americanas e ao contribuir para a eclosão da Revolução Francesa, que marcaria o fim da Idade Moderna.
Para Refletir
A Declaração da Independência dos EUA redigida por Thomas Jefferson, em seu trecho mais famoso, afirma: " Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre estes a vida, liberdade e a procura da felicidade. A fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados. Sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade.
"Inspirada nos ideais do Iluminismo, ela defendia a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano.Segundo o historiador Leandro Karnal a independência dos EUA "Para os índios, foi negativa, pois, a partir dela, aumentou a pressão expansionista dos brancos sobre os territórios ocupados pelas tribos indígenas.
Para os negros, foi um ato que em si nada representou. Temos notícias de um grande aumento do número de fugas durante o período da Guerra de Independência(...)No entanto, nem à Inglaterra (que dependia do trabalho escravo em áreas com a Jamaica) nem os colonos- os sulinos em particular- interessavam que a Guerra de Independência se transformasse numa guerra social entre escravos e latifundiários, o que de fato não ocorreu."
Personagens: Benjamin Franklin - importante intelectual do século XVIII. Sua imagem é associada com frequência ao pára-raio, bibliotecas públicas, corpo de bombeiros e outras instituições que, se não foram inteiramente criação sua, muito lhe devem. Nascido em Boston, em 1706, representava o elemento urbano que participou do processo de independência. Sempre defendeu ideias de liberdade e democracia. Crítico da escravidão, foge do pensamento -padrão dos outros líderes. Sempre defendeu a unidade das colônias. Ajudou a escrever a Declaração de Independência.
 George Washington - (1732-1799) - fazendeiro da Virgínia, lutou nas guerras colônias e adquiriu fama de bom militar. Foi chefe das tropas americanas contra as inglesas. Pertencia à elite colonial . Participou do processo de construção da Independência e do regime republicano. Mulheres, escravos e pobres estavam fora dessa construção. Ela foi organizada predominantemente por masculino e latifundiários ou comerciantes, era federalista e defendia um estado central forte. Foi o primeiro presidente dos EUA ( 1789-96)



 Tomas Jefferson - jurista e profundo conhecedor de John Locke e dos iluministas franceses colaborou na criação da Declaração de Independência, era republicano e defendia a autonomia dos estados.