quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Brasil Período Colonial

A  Colonização da América Portuguesa


Segundo alguns historiadores, o rei português dom Manuel, o venturoso, quando envia  a expedição para as Índias comandada por Pedro Álvares Cabral, já tinha a intenção de que o mesmo desviasse  do caminho e alcançasse terras a oeste do Atlântico Sul. Pois
Fonte: Drummerman.sites.vol.com.br

 acreditava-se que Vasco da Gama, entre os anos de 1497 e 1498, em sua viagem para as Índias teria visto aves que seguiam em direção ao sudoeste do Atlântico Sul. 
Assim, intencional ou não, o fato é que no dia 22 de Abril de 1500 Cabral  e seus homens avistaram pela primeira vez as terras que, antes de ficarem conhecidas pelo nome de Brasil, eram chamadas de Pindorama  - Terra das Palmeiras - pela população nativa.
O período compreendido entre 1500 e 1530, é denominado pela historiografia tradicional, como "pré-colonial" ou de colonização de feitorias. Na verdade, Portugal estava voltado ao comércio oriental (das Índias e litoral africano) de onde estraiam enormes lucros, e que tornara Lisboa o centro de um grande império mercantil. A Nova Terra lhe daria como retorno imediato apenas madeira tintorial, papagaios e pimenta. Por essas razões, de 1500 e 1530, Portugal limitou-se a enviar à colônia americana algumas expedições marítimas destinadas principalmente ao reconhecimento da terra e à preservação de sua posse.

Pau-Brasil e o trabalho dos indígenas

As primeiras atividades econômicas concentraram-se na extração de pau-brasil dentro do regime de estanco (monopólio régio). Isso significava que ninguém poderia retirá-lo das matas brasileiras sem prévia permissão de Portugal e pagamento do tributo correspondente. Ainda assim, ingleses, espanhóis e principalmente franceses extraíam clandestinamente a madeira do litoral brasileiro.
A primeira concessão da Coroa para a extração do pau-brasil foi dada a Fernão de Noronha, em 1502. Seus navios foram os primeiros a chegar à ilha que mais tarde recebeu seu nome.
Os comerciantes de pau-brasil eram chamados de brasileiros _ termo que, com o tempo, perdeu o sentido original e passou a ser utilizado, amplamente, para designar os colonos nascidos no Brasil.
A extração de pau-brasil dependia do trabalho dos índios por meio do escanbo  (troca sem uso de dinheiro). Os indígenas forneciam a mão-de-obra para corte e transporte da madeira e, em troca, recebiam dos portugueses objetos de pouco valor.

Os Franceses também querem o pau-brasil

A notícia da existência do pau-brasil se espalhou na Europa. Os franceses, que dependiam da importação oriental, passaram a frequentar assiduamente o lioral brasileiro.
Aliando-se aos Tupinambá, os franceses tornaram-se concorrentes dos portugueses. Estes, por sua vez, estavam aliados aos Tupiniquim, antigos inimigos dos Tupinambá.
Com o agravamento da situação, Portugal enviou uma expedição guarda-costeira, comandada por Cristóvão Jacques.

È necessário colonizar  

De acordo com o Tratado de Tordesilhas, Portugal e Espanha eram os únicos donos das terras da América. Entretanto, franceses, holandeses, e ingleses disputavam a posse de territórios americanos. Essa disputa intensificou-se a partir da notícia de que os espanhóis haviam descoberto minas de ouro e prata em áreas  que hoje correspondem ao México e ao Peru.
Os portugueses receavam perderem as "terras brasileiras", pois as expedições que enviava não conseguiam deter a atuação dos estrangeiros. Para acabar com o contrabando e evitar as invasões, garantindo a posse das terras, a Coroa decidiu coloniza a Nova Terra. Por outro lado, o comércio de Portugal com o oriente entrou em declínio, devido aos elevados custos com transporte e manutenção de entrepostos, além da concorrência de franceses, ingleses e espanhóis, que exploravam a mesma rota comercial. 

Capitanias hereditárias e governo-geral

Com o objetivo de tomar posse, explorar e defemder a Nova Terra, Portugal deu início, no século XVI, à montagem da estrutura administrativa colonial. Primeiramente, dividiu-a em capitanias hereditárias; mais tarde, aprimorou o sistema, criando o Governo-Geral.

Capitanias Hereditárias

Fonte: Mapa Capitanias Hereditárias de professorasueli-historia.blogspot.com


Dom João III (1521-1557) decide impulsionar a colonização da Nova Terra, lançando mão do expediente que os reis de Potugal tradicionalmente usavam para atingir seus objetivos de povoamento: a distribuição de terras. Em 1534 as terras de Vera Cruz são divididas  em 15 faixas - as capitanias hereditárias. O direito de administrá-las, vitálicio e hereditário, era concedido aos donatários, nobres ou burgueses que se comprometiam a arcar com os gastos internos, repassando grande parte dos rendimentos à coroa potuguesa. 
A regulamentação do sistema era feita por meio de dois documentos: a Carta de Doação e o Foral. Eles estabeleciam os direitos e deveres dos donatários e da coroa. O donatário devia aplicar a justiça e podia doar sesmarias (fazendas) e cobrar impostos relativos à agricultura e à exploração dos rios, por meio da chamada guerra justa, escravizar os indígenas, condiderados inimigos, obrigando-os a trabalhar na lavour; podia ainda, enviar até 30 índios escravizados por ano a Portugal e, receber a vigésima parte (5%) dos lucros sobre o comércio do pau-brasil. A Coroa tributava a exploração do pau-brasil, das especiarias e dos metais preciosos. Já as despesas necessárias à obra colonizadora ficavam por conta dos donatários.
Não deu certo
O sistema de capitanias, no entanto, não apresentou os resultados esperados, embora fornecesse produtos como açúcar, algodão e tabaco e matérias extrativas em geral, a colônia contribuía com menos de 3% de todas as rendas da Coroa O fracasso se deveu principalmente  por causa do isolamento, dos ataques dos ìndios, da falta de investimentos e, ainda os navios franceses continuavam assediando o litoral. Das 15, somente duas prosperaram - Pernambuco e São Vicente.

Governo_Geral

Com o fracasso das capitanias e as investidas estrangeiras na colônia, Portugal resolveu impor-se mais fortemente na Nova Terra. Em 1548, surgia o Governo-Geral, com sede na capitania da Bahia e capital na cidade de Salvador.
Ao governador-geral cabia coordenar a defesa, a cobrança de impostos e incentivar a economia. Ele era assessorado pelo provedor-mor(tesoureiro), pelo ouvidor-mor(juíz) e pelo capitão-mor(a cargo da defesa)
Embora o Governo-Geral tenha sido implantado após as capitanias, ele não as substituíu. A ideia era impor uma centralização política na colônia, o que fucionou na esfera militar, mas não se refletiu no dia-a-dia, em razão da falta de infra-estrutura de transporte e comunicação. Boa parte do poder, de fato, era exercida pelas Câmaras Municipais de cada vila. Essas Câmaras Municipais foram até meados do século XVII, ocupadas e dominadas pelos grandes proprietários de terras e escravos, que se autodenominavam "homens bons". Assim, muitas vezes o Governo-Geral enfrentava a oposição de poderes e interesses locais dos homens-bons. 
Entre os principais governadores-gerais, estão Tomé de Souza e Mem de Sá. Após a morte desse último, em 1572, Portugal dividiu a colônia nos governos do Norte e do Sul. Seis anos depois voltou atrás e reunificou a colônia. Em 1621, porém, fez nova divisão: foram criados o Estado do Brasil, com capital em Salvador, e o Estado do Maranhão, com capital em São Luís. O último passaria, em 1751, a se chamar Estado do Grão-Pará e Maranhão, com sede em Belém. O período que vai de 1580 a 1640,chamado de União Ibérica, devido a problemas de sucessão dinática, Portugal passou a ser governado pela Espanha. Por consequência, o Brasil tornou-se parte do vasto reino espanhol.  
Para saber mais sobre a economia do Brasil colonial:http://historiamaneco.blogspot.com/